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Nos mitos está a essência de grande parte de nossas crenças.
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A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é de origem Tupi Guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.
É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha[1] que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho; O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos, como tochas de fogo.
Ele também se transforma numa ave chamada Mati-taperê, ou Sem-fim, ou Peitica, como é conhecida no Nordeste, cujo canto melancólico, ecoa em todas as direções, não permitindo sua localização. Este pássaro é o mesmo que deu origem ao mito da Matinta-Pereira. |
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A superstição popular faz dessa ave uma espécie de demônio, que pratica malefícios pelas estradas, enganando os viajantes com os timbres dispersos do seu canto, e fazendo-os perder o rumo, não conseguindo mais achar o caminho de volta para casa.
O Saci é a Mati-taperê, a Matinta-Pereira dos Paraenses e barés. Os índios Mundurucus tinham a Matinta como a visita de seus antepassados, uma espécie de visita das almas. A Matinta era, como a Acauã, o Beija-flor, o Babacu, portadores dos espíritos dos mortos. A Matinta atual é o corpo que abriga o espírito de um ser vivo. Por encantamento alguém pode se transformar em Matinta e voar durante a noite, assustando quem encontra pela frente. Pela madrugada volta à forma humana. A Matinta dos Mundurucus não era assim. O mesmo ocorre com o Saci. Saci é Saci a vida inteira. Ninguém pode se tornar um Saci e andar pedindo fumo à noite pelas estradas.
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